Vira do Minho

Terra de granito e vinho verde,
onde os passos dançam no terreiro,
o Vira roda, o povo responde,
no desafio do cantar verdadeiro.

Romarias de cores a arder,
São João salta na fogueira acesa,
nas águas do Lima, Cávado e Minho,
a vida é festa, a alma é princesa.

Verdes colinas vestem o horizonte,
o ‘fado’ do norte ecoa no vale,
nas aldeias, a broa sai do forno quente,
e a tradição não tem paradeiro.

Mulheres de lenço, homens de chapéu,
tecem histórias no tear do tempo,
nas tabernas, o riso é sarrabulho,
e o coração bate no compasso.

Ó Minho, berço de bravura,
tua essência é raiz e flor,
no teu sangue corre a doçura
da terra-mãe que guarda amor.

Na praia, sargaceiros colhem
algas para adubar a terra,
tradição que o tempo não consome,
e nas ondas a história se encerra.

Cantar ao desafio, verso e resposta,
a vida aqui é rima sem fim,
no Vira do Minho, a alma se aposta,
e o Minho dança dentro de mim.

fevereiro 2025
©Júlio Miranda

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