Primavera da Alma em Teus Braços

Entre dobras do tempo, desabrochas:
pétalas de um jardim que o inverno esquece.
Tua voz é o alvor que me desperta,
o sopro que na sombra me aquece.

Em teus braços, a noite se desfaz —
são raízes de luz, sementes de aurora.
O que era frio em mim virou verdura,
e a alma, antes seca, agora chora.

Teu toque é rio que desagua em calmaria,
tempestade que afoga o medo antigo.
No teu colo, o caos torna-se melodia,
e o mundo, em cores, dança contigo.

Primavera da alma: renasço inteiro,
quando me envolves em silêncio e cheiro.

Na tua pele, encontro todas as estações:
o outono que se rende, o verão que é lar.
Mas é na tua ausência que aprendi,
como a terra, a esperar… e a florescer.

maio 2025
© Julio Miranda

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