
Para Sempre
Nas asas do vento que a noite desenha,
Teu nome ainda dança em minha veia fria.
Sou um relógio parado na eterna despedida,
E o tempo é só poeira do que a vida esquecia.
Chove na memória onde teus passos ecoam,
Cada esquina é um verso que teu rosto inventa.
Até o silêncio carrega o som da tua voz,
E a lua testemunha as lágrimas que não falam.
Não há mapa que aponte onde a saudade mora,
Nem primavera apaga o inverno que me trouxeste.
Amar-te é respirar com os pulmões de outro mundo:
Um fogo que não queima, um rio que não corre.
Se um dia os teus olhos forem só estrelas distantes,
E os meus versos, navios perdidos no teu mar,
Saberás que até o fim — e além do que é fim —
Serei a sombra do amor que não soube te esquecer.
Para sempre não é uma expressão, é o meu corpo
Esculpido em ausência, é o canto que não cala.
Mesmo que a vida dobre nossas histórias em sangue,
O amor será este verso… sem nome, sem tempo.
Março 2025
© Julio Miranda

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