
Palavras ao Vento
As palavras bailavam,
leves,
como folhas soltas
no outono.
Não eram grandes,
nem difíceis,
apenas sussurros
que o vento trazia.
Uma delas era “riso”,
outra, “silêncio”.
Havia também “horizonte”
e “espera”.
Dançavam em círculos,
rodopiando e girando,
tecendo canções
que ninguém podia agarrar,
mas todos queriam cantar.
Juntaram-se,
sem pressa,
formando frases
que ninguém escreveu,
mas todos entenderam.
Era poesia,
simples e nua,
como o canto de um pássaro
ou o cheiro da terra molhada.
Nada mais era preciso.
fevereiro 2025
©Júlio Miranda

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