
O Pulsar das Auroras
Nas franjas do céu,
uma dança cósmica desfia a noite —
teu riso é o clarão
que rasga o manto das estrelas.
Teus olhos são constelações
onde me perco e renasço,
um mapa de fulgor
que guia meus passos
ao calor do teu eclipse.
Nossos dedos entrelaçam
o fogo das nebulosas,
cada toque, um sopro
que inflama o silêncio
e desenha auroras
na pele.
Há um ritmo ancestral
no pulsar dos teus lábios:
marés de luz,
sussurros que ecoam
no vale dos meus ossos.
Somos dois corpos
vestidos de horizonte,
fundindo-se no alvorecer
como cores que não sabem
onde começa o azul
e termina o vermelho.
Deixa que o universo nos assista —
esta chama que não se apaga
é o canto das esferas,
o eco de um só nome
gravado no vento:
Amor, amor, amor…
E quando o dia raiar,
seremos lembrados
como o instante em que a noite
soube, por fim,
que a eternidade
cabia em duas mãos unidas.
maio 2025
© Julio Miranda

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