
O Amor que Nasceu nas Ruínas
Entre pedras caídas e memórias desfeitas,
Onde o tempo desenhou a sua marca,
Encontrámo-nos, dois corações perdidos,
Como sementes teimosas no chão árido.
As paredes que um dia foram lar
Agora molduram apenas o céu,
Mas nas frestas da destruição
Brotam flores selvagens, como nós.
Os teus olhos, espelhos de esperança,
Refletem o sol que ainda brilha
Sobre os escombros do que foi,
E iluminam o que pode ser.
Nas ruínas construímos abrigo,
Com fragmentos de passado e sonhos de futuro.
As nossas mãos, juntas, erguem
Um templo novo onde antes havia pó.
Quem diria que no lugar da queda
Encontraríamos a força para voar?
Que das cinzas de antigas histórias
Nasceria a nossa, ainda por contar?
Assim somos nós: renascidos,
Resilientes como a natureza que invade o abandono.
O amor que nasceu nas ruínas
Não conhece limites nem teme desmoronar. Pois aprendemos com as pedras antigas
Que cair não é o fim da jornada,
É apenas o início de uma nova forma
De existir, de sentir, de amar.
abril 2025
© Julio Miranda

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