
Labirinto Caleidoscópico
Nas entranhas da terra, símbolos se transmutam,
Enquanto a lua desenha mapas em pétalas de prata.
O fogo da aurora beija o orvalho que se oculta
– Labirinto de sombras onde o mistério se desata.
Entre raízes que pulsam segredos ancestrais,
O vento tece runas em folhas outonais.
Cada árvore, um oráculo de ciclos eternos,
E o rio, espelho do tempo, carrega os mitos ternos.
Silêncio: ecoa o grito da semente a germinar,
Dissolve dogmas em pó, liberta a seiva a jorrar.
O cosmos dança em veias de pedra a latejar,
E o infinito se enrosca num caracol a sonhar.
Primavera não se canta, explode em cores,
Desmancha versos fixos, rompe espartilhos de flores.
Há mundos num grão de pólen, horas em vagares,
E a alma – caleidoscópio – refaz seus fulgores.
fevereiro 2025
©Júlio Miranda

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