
Invencível
Não há chama que o silêncio consiga apagar,
nem voz que o tempo, voraz, possa calar.
Há rios que correm nas veias da terra,
há estrelas que ardem mesmo após se findar.
Se o corpo um dia finda em pó e lamento,
mas a semente que lançou não se perde ao vento,
para que serve a carne, efémera e fria,
se não guarda o eco do seu próprio intento?
Nada apaga o brilho que insiste na noite,
nas raízes que tecem segredos no chão,
na maré que retorna, sem dono nem dono,
no horizonte que é sempre ampla canção.
Não há chama que o silêncio consiga apagar,
nem voz que o tempo, voraz, possa calar.
Há rios que correm nas veias da terra,
há estrelas que ardem mesmo após se findar.
abril 2025
© Julio Miranda

Deixe um comentário