Incêndio Suave da Paixão Ardente

No silêncio da noite portuguesa,
Nasce uma chama que não queima a pele,
Mas consome a alma com delicadeza,
Um fogo manso que em nós impele.

Teus olhos, brasa viva no escuro,
Acendem em mim esta contradição:
Um calor gelado, um tremor seguro,
Um incêndio suave no meu coração.

Arde sem fumo esta paixão discreta,
Que nas veias corre como um rio lento.
É fogo que não destrói, mas completa,
É chama que acalma, não é tormento.

Entre o teu olhar e o meu suspiro,
Há um fogo eterno que nos mantém vivos.
Na dança das chamas, por ti deliro,
Somos dois corpos em brasas cativos.

Esta paixão ardente que nos consome
Não deixa cinzas, apenas renova.
No calor dos corpos gravamos um nome,
E cada beijo é uma chama nova.

Que este incêndio suave nunca se apague
Entre nós, mesmo quando a noite for fria.
Que este amor, em labaredas, propague
A luz que transforma a noite em dia.

maio 2025
© Julio Miranda

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