
Estrelas na Pele
Constelações em miniatura
desenhadas pelo destino,
cada sarda, um ponto de luz
no mapa celeste do teu rosto.
O sol beijou-te sem pudor,
semeando galáxias douradas
que agora habitam a tua pele
como testemunhas silenciosas do verão.
Nos teus braços, a Via Láctea
estende-se em caminhos de bronze,
cada mancha, uma estrela cadente
que escolheu ficar, não partir.
Quando a noite cai e te observo,
vejo o universo mapeado na tua pele.
Há quem procure astros no céu,
eu encontro-os em ti, tão perto.
São marcas de quem viveu sob o sol,
histórias impressas na epiderme,
pequenos sóis que nunca se apagam,
mesmo quando o inverno chega.
Estrelas na pele, poeira cósmica
que te torna único no caos do mundo.
Não as escondas, não as apagues —
são o céu que carregas contigo.
Pois sob a luz certa, brilham como ouro,
constelações íntimas que só alguns veem.
E eu, astrónomo de acaso,
leio o teu corpo como um mapa celeste.
© abril 2025
Julio Miranda

Deixe um comentário