
Erro de Digitação
Um dedo escorrega,
a letra errada se insinua,
e o que era “amor”
vira “amor” com um “e” a mais.
A tinta digital não perdoa,
o corretor sublinha em vermelho,
mas eu deixo assim:
“amore” —
quem sabe não é um novo começo?
Afinal, quantas histórias
nasceram de um erro?
Quantos encontros
foram fruto de uma letra trocada?
O teclado é um campo minado,
cada toque, uma aposta.
E eu, poeta distraído,
escrevo o acaso
e chamo de poema.
março 2025
© Julio Miranda

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