Beijos no Relógio da Alma

Em cada segundo que o tempo desenha,
Mil beijos tecem estrelas no teu peito.
O vento carrega o nome da saudade,
E o amor, infinito, se faz desacerto.

Meu ser é rio que busca o teu respiro,
Nas margens da noite, teu corpo é meu porto.
Sou terra que espera a chuva do teu riso,
E em cada silêncio, teu nome é meu sussurro.

Que as horas se dissolvam como névoa,
E o mundo seja apenas nosso espelho:
Onde a lua beija o mar que não se cansa,
Onde o fogo do encontro não tem desvelo.

Saudade é a ponte que nenhum abismo apaga,
São raízes de luz no jardim do tempo.
Enquanto a vida for verbo, eu serei tua página,
E cada letra, um laço do nosso segredo.

Amor, desata em mim teus oceanos,
Deixa que a distância seja apenas vento.
Pois até o infinito é pequeno, minha vida,
Quando o teu coração é meu firmamento.


(Dois corpos, um compasso:
o relógio do mundo parou
quando nossos passos
se tornaram um só.)

abril 2025
© Julio Miranda

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