Auroras entrelaçadas

Na tela do céu, onde a noite desenha
Labaredas de cores que o infinito embala,
Teus olhos são auroras que incendeiam a alma,
E o mundo se cala onde tua luz resplandece e fala.

Somos dois corpos em eclipse, órbitas a vibrar,
Na dança cósmica que o tempo não doma:
Teus dedos traçam constelações no meu ar,
E o frio do universo derrete-se em nossa chama.

Entre sombras e estrelas, teu riso é clarão,
Um pulsar de vida que o vácuo não apaga.
No silêncio das névoas, ecoa tua canção —
Melodia que o destino em meu peito alaga.

Auroras boreais, como versos de fogo,
Tecem em nós um amor que o horizonte não nega:
Cada toque, aurora; cada instante, um logo
Universo que nasce onde a paixão navega.

E se um dia a noite nos cobrir de véus,
Lembrarei teu pulso, eco das luzes frias:
Somos o clarão que rompe os céus,
Auroras entrelaçadas — eterna poesia.

maio 2025
© Julio Miranda

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