Arquivo de Segundos Eternos

Na caligrafia do tempo guardamos
Pequenos instantes que o coração selou
Teu sorriso, um segundo que eternizei
Na estante secreta onde tudo começou.

Catalogamos olhares como estrelas,
Cada toque, uma página no nosso livro,
E mesmo quando o relógio não para,
No nosso arquivo, o tempo fica vivo.

Guardamos beijos como quem guarda tesouros,
Momentos suspensos em cristal e luz.
Segundos que duram mais que o infinito
Na biblioteca íntima que nos conduz.

Entre poeira dourada de memórias,
Conservamos carícias em caixas de vidro.
Cada arquivo numerado com cuidado:
“Aqui foi quando nosso amor foi erguido.”

E quando a saudade abrir suas pastas,
Folhearemos juntos estes momentos salvos.
No arquivo de segundos eternos que criamos,
Onde o tempo não ousa, nem sequer, pisar descalço.

maio 2025
© Julio Miranda

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