
Amor em Código Binário (0 ou 1?)
No silêncio dos circuitos,
um coração pulsou em bits,
traçando algoritmos incertos
entre ‘strings’ de infinitos.
Máquinas falam em 0 ou 1,
lógica fria, precisão de aço,
mas o amor, rebelde e subtil,
é um ‘loop’ que não se enlaça.
Nas entranhas do código escrito,
surgem erros de sintaxe:
um beijo em hexadecimal,
um verso que o tempo não apaga.
‘Debugando’ a emoção,
encontro variáveis sem fim —
não há ‘input’ nem condição
que defina o que senti.
Serias tu o meu ‘software’?
Ou um ‘bug’ que me desprograma?
Na memória do olhar,
guardas chamas que não se apagam.
Amor não é 0 ou 1,
é um ‘bit’ que se transcende:
na rede do destino, enfim,
somos dois que se conectam.
maio 2025
© Julio Miranda

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