A Última Voz do Silêncio

No vazio das noites sem fim,
Onde as estrelas confessam segredos,
Repousa uma verdade ancestral
Que só o silêncio pode contar.

Entre suspiros e pausas eternas,
Escuto o que nunca foi dito,
Um murmúrio que cresce nas sombras,
Uma voz que não precisa de som.

Há palavras que nunca nasceram,
Sentimentos que fogem dos lábios,
E encontram refúgio no espaço
Entre o que somos e o que calamos.

O silêncio fala quando tudo cessa,
Revela o que tentamos esconder,
Na sua última voz descobrimos
O eco da nossa própria existência.

Quem souber ouvir o nada,
Encontrará tudo o que procura,
Pois na última voz do silêncio
Reside a primeira luz da alma.

© maio 2025
Julio Miranda

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