Fogo que Dança na Alma

Chama que nasce no peito,
Riso que quebra o véu dourado:
É o sol descalço no leito,
Aurora do coração inflamado.

Corpo que segue o compasso
Do vento, do astro, do mar.
Paixão é o risco no espaço,
Luz que não pode apagar.

No êxtase de cada passo,
Sangue canta em ritmo de brasa.
A vida é um festival no braço,
E o amor, a cinza que abrasa.

Olhos queimam segredos antigos,
Pele traça mapas de ardor.
Alegria é o fogo amigo
Que dança sem pedir licença à dor.

Nas veias, harpas incandescentes,
O pulsar do universo em nós.
Chuva de estrelas, sementes
De um caos que inventa a voz.

Fogo que dança na alma:
Verbo sem fim, sem temor.
Queima a noite, faz-se calma
E renasce, eterno amor.

maio 2025
© Julio Miranda

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