
Jardim de Risos Sob o Sol do Desejo
Entre folhas de prata e pétalas de sonho,
o vento tece histórias num tom carmesim.
O chão é um tapete de jasmim risonho,
e o sol derrama âmbar sobre o meu jardim.
Cada riso, uma flor que a luz do desejo
desnuda em cores vivas, sem pudor nem véu.
Beija a brisa os segredos que o verão aconselha,
enquanto a terra arde em brasas de mel.
Os girassóis dançam com o peso do enigma,
suas coroas viradas para além do céu.
O desejo, raiz que seduz a vida,
entrelaça raízes no silêncio seu.
Aqui, até as pedras têm voz de poesia:
cantam o amor que nasce, fogo sem porquê.
E o tempo, em seu relógio de folhas caídas,
pára para ouvir o que o jardim diz crer.
—Jardim de risos, onde o desejo é seiva,
eterno ciclo de querer e renascer.
Sob o sol que desata nós de alma alheia,
floresço, frutifico, aprendo a morrer.
maio 2025
© Julio Miranda

Deixe um comentário