Dançámos no Limiar do Sol

Dançámos no limiar do sol,
entre a luz e o que se esconde,
os teus dedos riscaram o ar,
como chamas sobre o monte.

O mundo era um rumor distante,
um mar que não ousava erguer-se,
enquanto o teu riso, tão brilhante,
me ensinava a descer
até onde a vida pulsa,
onde o tempo perde o nome
e só ficam a tua voz
e o meu corpo a declará-la.

Dançámos até a noite cair,
até as estrelas se perderem de inveja,
e mesmo quando o sol se foi,
continuámos—
pois o fogo que acendeste
não conhece horizonte,
nem cansaço,
nem fim.

maio 2025
© Julio Miranda

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