Um Mundo em Ti
Sonho é o mapa que traço no escuro,
véu noturno onde as constelações respiram.
Cada estrela, um verso não escrito,
um suspiro de luz que me persegue.
Palavra é o rio que desagua em mim:
carrega terra, raiz, semente antiga.
Na corrente, o som do que não nomeio —
segredos que a boca do vento irriga.
Criação é a árvore nascendo do vão,
tronco em espiral, folhas de alquimia.
Fruto caído: mundo que se inventa
no silêncio onde o teu nome principia.
Habito esse abismo entre a carne e o verbo,
onde tudo que sou ainda palpita —
um cosmos de sonhos, palavras, raízes,
ecoando na tua pele infinita.
abril 2025
©Júlio Miranda

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