PER ASPERA AD ASTRA
(Por ásperos caminhos até aos astros)

Monte Falco, aninhada entre os braços rochosos da cordilheira, vivia à margem do mundo. As casas de pedra escura, gastas pelos invernos rigorosos, alinhavam-se em ruas íngremes, onde se ouviam o tinir de panelas pela manhã e, à noite, o silêncio a adensar-se como um nevoeiro palpável. Um cheiro a fumo de lenha e a pão cozido pairava no ar, como uma presença tímida e constante. Poucos forasteiros chegavam até ali – diziam que o caminho sinuoso e pedregoso não recompensava a viagem. Contudo, para Antónia, a aldeia era um lugar pequeno demais para as perguntas que a inquietavam.
Crescida numa casa humilde, de paredes caiadas e teto de colmo, ela vira a mãe dar forma à lã, o tear a ranger de sol a sol. A mãe era uma mulher de silêncios e gestos precisos, com mãos calejadas que conheciam cada fio como um amigo íntimo. À noite, à luz trémula da lareira, contava histórias de um tempo em que o pai ainda estava presente, a sua voz grave enchendo a casa de risos e canções. O pai, porém, partira muitos anos antes para “buscar o mar” além dos picos nevados – expressão que se tornara quase um mito, sussurrada pela aldeia com uma mistura de espanto e desaprovação. Antónia não sabia se era literal ou apenas uma forma de dizer que ele procurava um novo horizonte, um sentido maior para a existência. Ficara para trás uma menina de tranças mal alinhadas e um velho caderno de capa de couro, onde ele rabiscava teorias sobre constelações e poemas inacabados. Nesse caderno, tesouro e enigma, algumas páginas arrancadas e manchas de chá desenhavam o que pareciam ser mapas estelares incompletos, apontando para um destino desconhecido.
Certa noite, a mãe, exausta da labuta diária, confidenciou-lhe que o pai era como um pássaro preso numa gaiola invisível – não lhe bastava voar dentro do vale, precisava sentir o vento das alturas e encarar o desconhecido. Antónia reconheceu-se nessas palavras, sentindo no peito a mesma ânsia inominável. Durante as madrugadas, quando tudo adormecia e só se ouvia o cricrilar dos grilos, ela subia ao telhado e olhava para as estrelas, perguntando-se se haveria realmente um “mar” do outro lado das montanhas, um sentido oculto para lá dos limites impostos.
No centro de todas as luzes do céu, uma destacava-se pelo brilho azulado e teimoso – a que a aldeia apelidara, em sussurros reverentes, de “Sirius da Serra”. Dizia-se que apenas a mencionavam em voz alta aqueles que sentiam saudade de algo indefinido, de uma verdade maior. E era dela, aparentemente tão próxima, que Antónia recebia uma espécie de chamamento mudo, um convite a transcender-se.
Decidiu partir numa noite sem lua, quando os contornos da serra se diluíam na escuridão. O vento cortante varria as ruelas desertas, e as lamparinas penduradas nas portas balançavam como pequenos globos de fogo, projetando sombras trémulas nas paredes de pedra. A mãe dormia sobre a roca, as mãos ainda sujas de lã, o rosto marcado por uma paz frágil. Antónia deixou um beijo leve na testa dela, um gesto de amor e despedida, e pegou num alforge com um pouco de pão duro, uma garrafa de água e o velho caderno quase vazio, à espera de ser preenchido por novos sonhos.
No alpendre, deteve-se por um momento, o coração acelerado. Leonor, sua melhor amiga desde que se lembrava, uma presença tão constante quanto as estações, sempre troçara dela pelos seus devaneios e perguntas sem resposta. Ainda assim, ao longo dos últimos dias, notara um brilho estranho nos olhos de Leonor – algo que Antónia não sabia decifrar: seria preocupação, uma compreensão silenciosa ou uma leve inveja daquela determinação de partir? Talvez uma mistura de tudo isso, pensou.
Respirou fundo, sentindo o ar frio a encher-lhe os pulmões, e seguiu pelas vielas de pedra até a saída da aldeia. Sentado num pedregulho, estava Afonso, o guardião da “Trilha dos Lamentos“, assim chamada por causa do vento que parecia uivar como almas penadas. Afonso era um homem de poucas palavras e muitas cicatrizes, testemunhas mudas de uma vida dura. A lâmina que afivelava no cabo da faca reluzia com a claridade tremeluzente de uma tocha, como um aviso silencioso.
– Aonde pensas que vais a esta hora, rapariga? – questionou, a voz arranhada pelo tabaco e pelo frio, os olhos apertados a esquadrinhar a escuridão.
– Vou subir a montanha – respondeu Antónia, tentando disfarçar o tremor nas pernas, a determinação a queimar-lhe no peito.
– Todos os que se atrevem a desafiá-la acabam por se arrepender. A montanha não devolve as pessoas, devolve apenas ecos… ou sombras de quem foram.
– Antes ser uma sombra em busca de respostas do que uma estátua a enfeitar o silêncio – devolveu ela, com um esgar de ousadia que surpreendeu a ambos.
Afonso pousou a faca ao lado e, pela primeira vez, ergueu o olhar, estudando Antónia dos pés à cabeça. Um reconhecimento tácito passou entre eles: se visse medo, não a deixaria passar. Mas Antónia sustentou-lhe o olhar, os olhos como brasas, apesar de sentir o coração a bater-lhe como um tambor de guerra.
– Toma – disse Afonso, por fim, atirando-lhe uma lanterna velha e enferrujada. – As trevas lá em cima têm dentes afiados. E a montanha gosta de brincar com a mente dos tolos.
– Obrigada – murmurou Antónia, guardando a lanterna no alforge com mãos trémulas.
Assim começou a escalada, um passo de cada vez rumo ao desconhecido. Em poucas horas, perdeu de vista o brilho ténue das poucas luzes de Monte Falco, engolidas pela vastidão da serra. O vento enregelava as mãos, e as pedras afiadas cortavam os pés descalços, deixando um rasto de sangue na terra gelada. O silvo agudo do ar contra as rochas recordava-lhe o eco das histórias de terror que ouvia em criança, contos de viajantes perdidos e espíritos vingativos. Mas ela avançava, teimosa, quase em transe, movida por uma força que não sabia nomear.
No caderno do pai, havia apenas algumas linhas ainda legíveis, ilhas de sentido num mar de rabiscos enigmáticos: “Sirius não é a resposta – é o espelho que mostra a pergunta certa.” Essa frase insistia em reverberar na cabeça de Antónia, como um mantra indecifrável. Pergunta certa? Que perguntas guardaria o pai no coração quando partira, que inquietações o levariam a desafiar a montanha e o destino?
Ao chegar perto de uma ponte natural de pedra, um arco esculpido pelos milénios, um nevoeiro subiu do vale, espesso e gelado, enroscando-se nos tornozelos de Antónia como dedos espectrais. A lua, que timidamente se revelara entre as nuvens, desapareceu por completo, deixando apenas a luz fraca da lanterna para guiar os passos hesitantes. Foi então que um vulto enorme, de chifres retorcidos e olhos em brasa, surgiu mesmo à frente, bloqueando a passagem. Um calafrio de pavor percorreu-lhe a espinha, o sangue a gelar nas veias. Com a mão trémula, ergueu a lanterna, pronta a enfrentar a criatura – até se aperceber, com um misto de alívio e embaraço, de que era a sua própria sombra, deformada e ampliada pela luz tremeluzente contra a parede de pedra.
A montanha brinca comigo, pensou, um riso nervoso a borbulhar-lhe na garganta. Quis rir alto, mas um soluço de medo e de alívio saiu primeiro, ecoando pela vastidão como um lamento antigo. Depois, sim, deixou escapar uma gargalhada solta e clara, que parecia romper um feitiço e afirmar a sua presença naquele reino de sombras e silêncios.
Os dias fluíam sem contagem exata, medidos apenas pela alternância de luz e escuridão, frio e fadiga. Não havia nascentes fiáveis onde beber, apenas escorrências de água gélida a pingar das rochas – que Antónia recolhia nas mãos em concha, cada gota uma dádiva preciosa. Dormia encostada a pedras salientes, o corpo moído, improvisando abrigos precários contra o vento cortante. Uma vez, encontrou um pequeno bosque de pinheiros retorcidos, troncos enegrecidos por algum incêndio antigo ou fúria da natureza. Ali, por entre as sombras esguias, pensou ter ouvido passos a acompanhar os seus, um compasso ligeiro e quase brincalhão. Pareciam mais leves que os dela, quase de criança. Chamou: “Está aí alguém?”, a voz traída pela esperança – mas só ouviu o sussurro enigmático das copas ressequidas, como se a floresta guardasse segredos inomináveis.
À medida que avançava, notava vestígios dispersos de outras passagens humanas, sinais de que não era a primeira a desafiar os mistérios da montanha. Uma panela de estanho, meio enterrada no musgo; um lenço de camponesa, rasgado e desbotado, preso num ramo baixo; ossadas de animais, talvez caçados ou oferecidos em sacrifício a divindades arcaicas. A montanha guardava histórias de quem ousara penetrar nos seus domínios, mas não as partilhava livremente – antes as sussurrava em enigmas e fragmentos, deixando à imaginação de cada viajante a tarefa de as reconstituir e interpretar.
Numa noite particularmente gelada, em que a própria respiração parecia solidificar-se no ar, Antónia encontrou abrigo numa gruta escavada na encosta, uma cicatriz na face austera da montanha. A entrada era estreita e irregular, quase oculta por um véu de heras ressequidas. Lá dentro, o ar era pesado e húmido, com um cheiro a terra e a segredos por desvendar. Sob a luz oscilante da lanterna, as paredes rugosas ganhavam contornos fantasmagóricos, como rostos disformes a observá-la de todos os ângulos. No fundo da gruta, um círculo de pedras enegrecidas revelava que alguém ali acendera uma fogueira, sabe-se lá quando e porquê. Ao aproximar-se, Antónia reparou num objeto retangular pousado sobre uma dessas pedras, que a princípio julgou ser apenas um pedaço de couro curtido. Mas ao pegar nele, com mãos trémulas de frio e esperança, o coração quase parou: era o caderno do pai, o mesmo que ela levara consigo ao partir. Mas como era possível?
– Como é possível? – sussurrou, a voz quebradiça ecoando nas paredes da gruta.
O caderno, companheiro e mapa daquela jornada, parecia mais gasto e descolorado, mas intacto. Nas folhas iniciais, reconheceu o mesmo traço desajeitado do pai, esboços de constelações e anotações cifradas. E, por fim, aquela frase sublinhada em letras trémulas: “Sirius não é a resposta – é o espelho que mostra a pergunta certa.” Abaixo, linhas recentes surgiam, escritas numa caligrafia irregular e angulosa, como se traçadas sob um frio insuportável ou uma emoção avassaladora. Antónia aproximou a lanterna, com o coração aos saltos, e leu:
“Não encontrei o mar. Encontrei apenas a mim mesmo, despido de certezas e de ilusões. Mas é neste despir-se que reside toda a força, toda a verdade. Quem sobe estas montanhas não procura uma resposta definitiva, procura a coragem para fazer as perguntas que realmente importam.”
Antónia ficou ali parada, as mãos geladas agarradas ao caderno como a um talismã, os olhos fixos naquelas palavras que pareciam vibrar de sentido. Nunca imaginara que o pai pudesse ter chegado tão longe, internado nas entranhas da montanha em busca de uma verdade íntima e intransmissível. Teria ele sucumbido à dureza da escalada, ou encontrara por fim um sentido maior, um “mar” para além de todos os mapas? A noite inteira, enroscada nas sombras da gruta como num ventre primordial, Antónia permaneceu acordada, relendo cada palavra e relembrando cada traço familiar daquela caligrafia que já começava a desvanecer-se, levada pelo tempo e pela bruma da memória.
Retomou a escalada antes do amanhecer, o peito a arder com uma nova chama de determinação e esperança. Precisava de ver o nascer do sol do ponto mais alto, o pico onde todas as perguntas e desejos pareciam convergir. A fome roía-lhe o estômago, mas ela ignorou-a, focada apenas no objetivo final. As unhas partidas e os joelhos esfolados eram insígnias de uma determinação inquebrável, provas de uma vontade maior do que o cansaço ou a dor.
Quando, por fim, alcançou o cume, após um último esforço titânico, o céu começava a clarear timidamente, as estrelas a desvanecer-se uma a uma. Sirius, o farol que a guiara através das noites gélidas, foi a última a despedir-se, piscando um último aceno cúmplice antes de se entregar à luz crescente. Antónia quedou-se extasiada, o olhar perdido na imensidão que se descortinava em todas as direções. Para lá das fragas e dos abismos, estendia-se um mar de nuvens coloridas pelos primeiros raios de sol, vales verdejantes pontuados de lagos cintilantes, cordilheiras distantes que pareciam ondular como gigantes adormecidos. E Monte Falco, o seu pequeno mundo de outrora, não passava agora de uma memória distante, um grão de areia na tapeçaria incomensurável da criação.
Ali, naquele miradouro entre céu e terra, Antónia sentiu-se simultaneamente minúscula e imensa, frágil e indestrutível. As palavras do pai ecoavam-lhe nos ouvidos, como se sopradas pelo próprio vento: “Não encontrei o mar… encontrei-me a mim mesmo.” E ela compreendeu, num momento de epifania silenciosa, que era precisamente isso o que lhe acontecia. Não eram respostas concretas o que havia descoberto naquela jornada de provações e superação – era antes uma nova consciência de si mesma, das suas forças e fraquezas, dos seus medos e esperanças. Uma visão mais clara do seu lugar no mundo e da coragem necessária para o habitar em plenitude.
Sorriu ao recordar a mensagem deixada pelo pai: “Quem sobe estas montanhas não procura a resposta, procura coragem para fazer a pergunta. “E era essa, percebia agora, a maior dádiva daquela escalada. Não um conhecimento definitivo, não uma verdade universal – mas a coragem de abraçar o mistério, de encarar as perguntas essenciais sem recuar. A ousadia de ser fiel a si própria, mesmo que isso significasse desafiar as fronteiras do conhecido e do possível.
Com o sol já alto no céu, Antónia iniciou a descida, o corpo exausto, mas o espírito revigorado. A cada passo, sentia que a montanha lhe havia moldado tanto os músculos como a alma, transformando-a não numa heroína épica, mas em alguém mais inteiro, mais autêntico. Alguém capaz de enfrentar tanto as agruras como as maravilhas da existência de frente, com lucidez e determinação.
Ao chegar às imediações de Monte Falco, deparou-se com uma figura solitária, sentada num afloramento rochoso em atitude expectante. Reconheceu de imediato os cabelos revoltos e as roupas desalinhadas: era Leonor, a sua inseparável amiga de sempre. Teria ela seguido o seu rasto montanha acima, incapaz de aceitar a sua partida?
— És mesmo teimosa — disse Leonor, fitando Antónia com olhos vermelhos de cansaço.
— Passei a noite aqui, a tremelicar e a pensar que eras louca. Mas… não consegui voltar atrás. Tive medo de te perder para sempre.
— A montanha é traiçoeira. Podes magoar-te, ou pior — respondeu Antónia, com um sorriso que misturava ternura e preocupação.
— Pois, já reparei — riu Leonor, apontando um arranhão no braço. — Mas achas que te deixava vir sozinha, sem ao menos tentar impedir-te de morrer?
Antónia sentou-se ao lado da amiga, ambas sem forças para discutir. Ficaram em silêncio, partilhando um pequeno bocado de pão ressequido que restava. Em determinado momento, Leonor abriu a boca para falar, mas desistiu. O ar estava carregado de um entendimento silencioso: o que Antónia tinha encontrado lá em cima não era uma estrela, mas algo mais profundo, algo que não cabia em palavras fáceis.
— Vamo-nos embora? — perguntou Antónia, por fim.
— Vais contar-me o que viste lá em cima?
— Nem eu sei ainda — confessou Antónia. — Só sei que não sou a mesma. E isso… basta-me.
O regresso à aldeia foi discreto, quase impercetível, como é tantas vezes a reentrada no mundo depois de uma aventura transformadora. Houve quem ciciasse que Antónia voltara “mal-assombrada”, tocada por uma loucura que era menos doença do que excesso de lucidez. Houve quem lhe pedisse “mezinhas” ou lhe suplicasse que intercedesse junto das “forças da montanha”. Ela, porém, limitava-se a sorrir e a apontar o caminho da escalada a quem quisesse descobrir por si mesmo a fonte da sua serenidade.
Antónia abriu a porta de casa e foi recebida pelo olhar espantado da mãe que estava a fiar quando Antónia chega, e os seus dedos pararam por um instante ao ver a filha. Ficaram a encarar-se em silêncio até que, emocionadas, se abraçaram. Na lareira acesa, o lume pareceu ganhar vida, aquecendo a casa e os corações ali presentes. Era a primeira vez em muito tempo que a mãe via nos olhos da filha algo que lembrava o pai: uma chama intrépida, que ardia para além do óbvio.
Leonor, por seu turno, nunca mais foi a mesma desde a noite passada no sopé da montanha, à espera de um destino incerto. Algo se havia quebrado e simultaneamente fortalecido na sua ligação com Antónia – uma barreira de medos e diferenças que ruíra para dar lugar a uma ponte de entendimento mais fundo. Muitas vezes a surpreendia a olhar a amiga com uma expressão interrogativa, como se tentasse adivinhar os contornos exatos da sua metamorfose. E em cada um desses olhares cruzados, havia um mundo de perguntas e respostas silenciosas, demasiado vastas para caber em palavras.
Quanto a Antónia, abraçou o seu novo papel como se desde sempre lhe estivesse destinado: o de guia discreta para as almas inquietas da aldeia, sempre pronta a indicar a “Trilha das Perguntas”, como agora lhe chamavam, a quem quisesse arriscar-se a perdê-la para se encontrar. Não com sermões nem promessas vãs, mas com o exemplo vivo de quem ousara olhar de frente o mistério e regressara, não intacta, mas inteira, para contar a história.
E essa história, percebia agora, era afinal a de todos os que, desde o princípio dos tempos, se atreveram a desafiar os seus limites em busca de um sentido maior. A de todos os que escolheram a vertigem da questão em vez do conforto da certeza. A de todos os que, como o seu pai, compreenderam que o verdadeiro tesouro não é a resposta final, mas a coragem de embarcar na viagem.
Pois era esse, no fundo, o segredo que a montanha lhe segredara e que ela, agora, partilhava com os seus improváveis discípulos: que a jornada para conhecer o mundo e a si próprio é uma só e a mesma. E que quem tem a ousadia de a empreender descobre, mais cedo ou mais tarde, que o cume almejado não é um lugar no espaço, mas um estado de espírito. Um modo de ser e de estar no mundo com autenticidade, entrega e deslumbramento.
Um modo de, enfim, tocar as estrelas – não apesar das fragas do caminho, mas através delas. Como dizia o velho caderno, tão sábio quanto enigmático: “Per Aspera ad Astra”. Pelos caminhos ásperos até aos astros.
Que assim seja para todos os que, como Antónia, ousam sonhar mais alto e caminhar mais longe. Para todos os que fazem da sua vida uma incansável pergunta e um luminoso desassossego. Para todos os que sabem que a verdadeira aventura não é achar respostas, mas descobrir em si a coragem de viver as perguntas.
fevereiro 2025
©Júlio Miranda
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